La estava ele sentado sob o velho lustre em agata. Atônito. Perdido. Solitário. Por entre os dedos da mão esquerda brotava a fumaça que subia até alcançar a escuridão. Descalço, com uma velha calça jeans e uma camiseta de malha preta. Cabelos castanhos um pouco volumosos que quando jovem eram motivo de complexo. Um quarto quente e fechado. Poeira. Livros. Pratileiras. Olhos vermelhos que ardiam como carvão em brasa. Simbolo de seu infinito introspecto em sua alma. Imoral.
Sozinho.
Estar sozinho as vezes é bom. Era cheio de amigos. Pra ser sincero todos eram como erva, divertidos apenas para a noite. Descartável. Apenas um era excessão. Era estranho, diferente de todos, diferente de tudo. Harmônico. Com o tempo havia aprendido sobre como ele se comportava. Como era interagir. Indecifrável.
Satisfeito.
Não precisava mais de amantes. Os velhos de hoje são como pão mofado. Os presentes e futuros são um mero luxo. Ostentação. Antes para ele tê-los grudados ao seu corpo era motivo de uma ansiedade sem limites. As vezes nem lembra disso mais. Faz questão de apreciar a beleza dos outros mas só. Restrito.
Pretencioso.
Fruto das mudanças que ao longo de duas décadas ocorreram. Algumas lentas movidas a pedradas. Outras rápidas levadas pelo vento.
Alegria. Euforia. Orgulho.
Por ser meramente, ele.
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